A vida pode escorrer por entre os dedos num piscar de olhos... Não se pode viver sem ter gosto, sendo transparente, sendo inútil... É preciso fazer a diferença, deixar marcas, visualizar horizontes... É preciso Ser Intenso... Ser homem... Ser criança... Ser música... Ser arte... Ser Deus... Ser Graça... Simplesmente Ser... e Ser Feliz!

8.6.07

A MISSÃO DAS BARATAS - PARTE 1


Muitos sabem que eu venho tentando, inultimente, ao longo dos últimos 29 anos, enfrentar a minha fobia pelas baratas. Não vou descrever aqui a sintomatologia do que ocorre comigo quando enxergo um desses bichos que, carinhosamente, chamo de "as amigas"... Mas tenham certeza que posso assinar meu atestado de loucura e descontrole quando me deparo com elas...

(mera introdução para que quem lê o blog e não sabe deste detalhe sórdido da minha existência possa entender a história abaixo)

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Manhã de sexta-feira, feriadão prá mim. Estava eu tranquilamente comendo um pão antes de sair prá academia, de pé, na cozinha. Me aproximei da pia e, na área de serviço, estava o Pierre (vulgo, o gato) hipnotizado olhando pro cantinho onde se encontram as duas paredes. Sempre que ele olha fixo prá algum lugar, pode contar que tem algum bichinho... Mas não sei porque, pensei direto: uma barata!

E era, uma bela barata, parada bem no cantinho. Não era daquelas enormes, mas era grande. E o pierre parado, a 1/2 metro dela, se preparando pro ataque.

Tive uns 5 segundos prá raciocinar o seguinte: este gato vai atacar a barata, ela vai sair correndo e eu nunca mais vou achar a barata. Mas eu tô de tênis, se ela correr eu posso tentar pisar em cima dela. Mas e se eu não pegar? Mas também não posso passar pro banheiro prá pegar o veneno porque ela vai correr também (o banheiro fica a 1 metro de distância, atravessando a área, em frente a porta cozinha). Ai Meu Deus...

É claro que nesses meros momentos, a beleza do gato se tocou prá cima da barata... e a barata logicamente se mexeu. Só que a amiga tava bebada de veneno (porque é lógico que tenho isca prá barata pela casa toda). Aí eu dei um gritinho ameno: Pára Pierre! E rapidinho pensei que ela não ia fugir rápido... pulei por cima da área, sem olhar prá baixo, senão era capaz de não passar por cima da amiga, peguei o veneno, e consegui dar apenas duas apertadas! Normalmente eu daria umas 20 até que a bicha parasse de se mexer...

Não tive tempo de pensar o que fazer com a barata, porque o Pierre estava levemente inclinado a comer ela... Fui obrigada a pegar papel toalha, e, pasmem, pela primeira vez na minha vida, juntei a barata semi-morta do chão e coloquei no lixo.

Limpei o veneno do chão, peguei o lixo, levei prá rua e fui prá academia...


Antes de sair me dei conta das pequenas vitórias que consegui nesses dois minutos:

* Taquicardia? Sim, bastante. Mas nada assustador como antigamente.

* Palpitações? Nem chegaram perto de mim.

* Pânico? Não. Um pouco... Mas ele não me impediu de fazer o que era preciso...

* Atitude: pela primeira vez na vida, consegui agir imediatamente. As outras duas baratas que eu matei na vida morreram comigo correndo atrás dela com o spray de veneno a 2metros de distância. Uma eu deixei no meio da sala e a Vó Ciça recolheu umas 2 horas depois. A outra tava na minha gaveta e eu enchi a gaveta de veneno e a mãe procurou a barata de noite e tirou de lá... Hoje não. Além de ficar pertinho da barata e dar apenas duas sprayzadas, ainda juntei ela do chão.

* Não morri, não tive falta de ar, não suei frio. Fiquei no limite entre o pânico e o pavor, confesso, mas reagi. Queria mesmo era ter pisado em cima dela... mas já foi um enorme passo juntar a criatura do chão com a minha mão...


Talvez alguns achem que tudo isso é exagero. Somente quem me conhece mesmo sabe o que as baratas representam na minha vida. Elas me põem a prova, porque por mais que eu racionalize que não tenho porque ter medo delas, não consigo controlar o pânico. Diz a Miréia (minha médica de louco) que eu tenho sim, uma fobia, e que isso não é problema nenhum porque todo mundo tem alguma. Só que me incomoda. Me sinto uma idiota. Então estou tentando enfrentar. Por isso esse acontecimento de hoje foi tão importante prá mim.


MORAL DA HISTÓRIA: MAIS VALE TER UM GATO DO QUE UM TANTÃO DE CORAGEM... Porque? Porque se não fosse ele ameaçando atacar a barata, eu não teria tido que tomar a atitude de imediato... e talvez a barata estivesse até agora no meio da área esperando o Diego chegar...


PS: Se prá cada vez que eu disse "sai Pierre" eu ganhasse 10 pila, daria prá pagar um fim de semana em gramado prá família inteira...


TCHAU!!!!


3 comentários:

Anônimo disse...

Oi,baixinha: Tu calcula o quanto eu fiquei feliz em ler sobre esta tua vitória???

Parabéns !!! Quem sabe o que é fobia valoriza este feito. Beijoca
Leila

Edna Manfredi disse...

Oi Ana!
Bom, eu calculo as vezes que tu disse "sai Pierre" dividindo por dois o que eu tenho o que dizer aqui pros meus, mas, acredite, foi muito melhor achar a barata inteira e viva do que só os pedaços dela espalhados pela casa (adivinha como eu sei disso?). Foi bom ter vencido a barata, e não esquece de agradecer o gato pelo aviso. Grande beijo, Prima!

Anônimo disse...

Oiiiiiii Ana
eu sei como é ter pavor de bichos assim, meu pavor é com aranha (daquelas caranguejeiras), me trava inteira.

bjoss pra vc